Escrever um livro é um grande desafio para a maioria das pessoas. Escrever uma série de livros mundialmente famosa é um desafio que poucos conseguem alcançar. Com Harry Potter, J.K. Rowling deixou sua marca na literatura e mais tarde até nos cinemas.
Algus elementos da história foram planejados, e podemos perceber uma evolução clara do primeiro ao sétimo livro de certos pontos. Por outro lado, alguns parecem criados às pressas para justificar alguma ideia.
O amor aos livros da série a gente até entende, mas esses deslizes que Rowling deixou passar fica difícil compreender.
A amnésia de Molly Weasley
Um dos primeiros contatos de Harry Potter com o mundo mágico acontece na plataforma 9 1/2 (9 3/4 no livro em inglês), na Estação King’s Cross. Lá, o bruxo conhece a família Weasley e aprende com eles a chegar ao expresso de Hogwarts. No local, Molly Weasley acaba se esquecendo e pergunta qual era mesmo o número da plataforma e a resposta vem de Gina, que ainda nem estudava na escola. Difícil de acreditar que a mãe de seis filhos que já foram pra Hogwarts por tantos anos (sem contar que ela mesma já foi) ia esquecer uma informação tão comum para o mundo mágico.
A moto de Sirius Black
No início da saga de Harry Potter, o gigante Hagrid usa a moto mágica de Sirius Black para levar o garoto até a casa de seus tios. Logo depois, diz que precisa voltar para devolver o veículo para Sirius. No entanto, em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, o padrinho de Harry deixa claro que deu a moto para o gigante, já que não precisaria mais dela. Mais tarde, J.K. Rowling reescreveu o trecho do primeiro livro e Hagrid apenas comenta que precisa sair dali com a bicicleta.
A tentativa de homicídio de Dumbledore
Em Harry Potter e a Pedra Filosofal, um trasgo ameaça Hogwarts durante a noite de Halloween. O Professor Quirrell anuncia a presença do monstro e diz que ele está nas masmorras. Ao ouvir a notícia, Dumbledore imediatamente manda os estudantes para os seus dormitórios, na intenção de protegê-los. O problema é que o dormitório da Sonserina fica exatamente nas masmorras, o local em perigo. Ao dar a ordem, Dumbledore mandou todos os estudantes da casa para o encontro do monstro.
O segredo da Murta Que Geme
No segundo livro da saga de Potter, um basilisco ameaça todos em Hogwarts, saindo da Câmara Secreta por um dos banheiros da escola. No mesmo banheiro, mora o fantasma da Murta Que Geme, que ajuda Harry em alguns momentos. Se a Murta vivia no banheiro, como nunca viu uma criatura gigante transitando por ali tantas vezes? Por que a fantasma não deu a informação para Harry e o ajudou a desvendar o mistério da câmara mais rapidamente? Das duas uma, ou a Murta era cega ou queria mesmo ver o fim de Harry Potter.
A câmera de Colin Creevey
Colin Creevey é um retrato de todo fã de Harry Potter dentro da própria história. Uma de suas maiores identidades é a câmera fotográfica que carrega, tirando fotos de tudo e todos. A tecnologia da câmera de Colin é claramente vinda do mundo trouxa, o que é até explicado na história. Em O Cálice de Fogo, Hermione menciona uma citação de Hogwarts: Uma História, que diz que tecnologia trouxa não funciona em Hogwarts. Sendo assim, de onde vinham as fotos de Colin?
Fred e Jorge ignoram um criminoso
Um dos itens mágicos mais preciosos para Harry Potter é o Mapa do Maroto, que ele ganha de Fred e Jorge. Por anos, os gêmeos ignoraram a presença de Pedro Pettigrew na companhia de seu irmão Rony. N’O Prisioneiro de Azkaban nós ficamos sabendo que o rato do jovem Weasley, Rabicho, na verdade era o famoso bruxo. Só que a gente já sabia que o mapa mágico mostrava a localização e o nome de toda pessoa em Hogwarts. Como é que os gêmeos acharam ok uma pessoa sempre acompanhar Rony, até mesmo na cama, ainda mais alguém famoso no mundo mágico considerado morto?
O Torneio Tribruxo
Um dos eventos mais esperados para os estudantes de Hogwarts é o Torneio Tribruxo, em que eles podem assistir a bruxos em provas incríveis e desafios assustadores. O grande problema é que, na verdade, ninguém pode ver nada. Dos três eventos que fazem parte do torneio, apenas um é visível para o público. Além da prova de roubar um ovo de dragão, os desafios incluem uma prova totalmente submersa e um labirinto inacessível para quem está fora da prova. Pra piorar, a realização do torneio cancela o campeonato de Quadribol, um esporte que os estudantes realmente podem assistir.
O PlayStation de Duda
Quando conversa com seu padrinho Sirius Black em O Cálice de Fogo, Harry menciona que seu primo Duda fica tão revoltado num certo momento que quebra seu PlayStation. O problema é que, apesar de existir na época da publicação do livro, o console não existia na época em que se passa o episódio. O ataque de fúria de Duda teria acontecido no aniversário de 14 anos de Harry, 31 de julho de 1994, quando o vídeo game ainda não havia sido lançado no Japão e estava longe de chegar na Europa.
Os testrálios
Após presenciar a morte de Cedrico Diggory no final do quarto livro, Harry descobre, no ano seguinte, que as carruagens que levam os estudantes para Hogwarts são paxadas por criaturas mágicas só visíveis por quem já viu a morte de alguém. Harry nunca tinha visto os testrálios nos anos anteriores.
O roubo de varinhas
Na conclusão da saga de Harry Potter a gente aprende que quando um bruxo desarma o outro, ele ganha a posse da varinha do adversário. A teoria explica como Harry tem a Varinha das Varinhas ao fim da história, mas deixa um furo incrível. Por anos os bruxos estão desarmando uns aos outros e supostamente acumulando o poder sobre uma coleção de varinhas gigante. Há muitos erros nessa teoria e quando você tenta explicar um ponto, gera problemas no outro. Se você deve ter a intenção de roubar a varinha, como Draco acaba com a Varinha das Varinhas? Ou se é preciso um feitiço como Harry tem o poder quando rouba varinha de Draco? São muitos problemas pra uma teoria feita para explicar uma trama pontual do último livro que deixa muito a desejar.
Mesmo com tantos furos, os fãs não deixam de amar a série. Os problemas apontados parecem ser perdoados em razão da admiração de um universo muito maior. A gente reconhece o valor da obra para a literatura e até para o cinema, com suas adaptações, mas deu pra perceber que o trabalho não foi perfeito.
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