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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Bizarro vírus é encontrado abaixo do solo abissal

Ainda que para nós, seres humanos, o fundo do ar seja um ambiente completamente inóspito, alguns organismos conseguem sobreviver a todas adversidades que ele oferece, e o fazem de lar. Entre eles, estão bactérias, archaeas – organismos unicelulares que constituem um dos três maiores domínios – e fungos. Agora, completando essa escalação, os cientistas encontraram um novo vírus, que parece afetar as archaeas que vivem abaixo do solo abissal.

Esse vírus, curiosamente, parece possuir um sistema que escolhe seletivamente um de seus genes, provocando mutação – o que por sua vez ajuda o organismo a se adaptar aos mecanismos de defesa desenvolvidos pelos hospedeiros. Os vírus não têm a capacidade de se autorreplicar, precisando de outras células para se copiar. Esses encontrados no chão abissal, parecem estar infectando e explorando outras formas de vida para continuar sua existência. Já que as archaeas são muito adaptadas e dominantes nesses ambientes, os cientistas tentam descobrir mais sobre o vírus que as está infectando.

Para fazer isso, pesquisadores da Fundação Nacional de Ciência dos EUA utilizou um submersível para coletar exemplos de sedimento de um sistema na superfície marinha: uma fenda com metano. As archaeas são conhecidas por utilizar o metano como única fonte de carbono e energia. Depois de analisar as archaeas, os cientistas descobriram um vírus que não batia com nenhum dos que eram listados em bases de dados internacionais, mas pareciam estar parasitando as archaeas. Outras investigações revelaram que seu genoma parcialmente bateu com os de vírus identificados em fendas de metano na Noruega e na Califórnia, sugerindo que esse tipo de vírus tem uma distribuição global.

Curiosamente, a análise do genoma também revelou a presença de um pequeno elemento genético, chamado de retroelemento gerador de diversidade, que aumenta a velocidade da mutação nos genes de um vírus. Essa arma é de muita importância para o parasita, já que permite que ele rapidamente diversifique suas proteínas, o que é uma habilidade crucial já que seu hospedeiro continuamente desenvolve mecanismos de defesa para se proteger de infecções.

Identificando esse sistema nos vírus que infectam as archaeas, os pesquisadores se deram conta de que ele também deveria estar presente nas archaeas, então eles começaram a vasculhar seu genoma para descobrir. Até que um sistema similar foi encontrado em espécies de archaeas, mas ao contrário do sistema do vírus, que modificava apenas um gene, esse atingia pelo menos quatro genes diferentes. Essa descoberta é particularmente excitante já que esses mecanismos nunca haviam demonstrado atingir mais de dois genes.

De acordo com os pesquisadores, esses sistemas podem ser uma chave para a sobrevivência das archaeas em condições extremas: “A célula está decidindo modificar algumas proteínas. Ainda não sabemos o que essas proteínas estão fazendo, mas aprender sobre o processo pode nos dizer algo sobre o ambiente em que esses organismos vivem”, disse o pesquisador David Valentine.

Via IFLScience

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